29 junho, 2014

Entre tempos

O relatório só precisa ser entregue daqui alguns meses, mas é melhor concluir esse trabalho antes de deixar esse continente para trás.

Organizando seus papeis, fica claro que menos de uma semana é o suficiente para registrar os principais pontos que não podem ser esquecidos – e mais um pouco, que a burocracia demanda.

Um dia passa e, depois, outros.

Ainda há tempo de terminar nessa mesma semana, se o ritmo foi duplicado. Mas qual o sentido de correr para terminar uma obrigação que não tem pressa nenhuma de ser concluída?

Ansioso, contempla a terrível possibilidade de que o único motivo para concluir um trabalho (sua única finalidade) seja sustar a pressão do prazo, ticando uma tarefa que automaticamente é substituída por outra nova.

Ao final da semana, o coelho se pergunta se ainda está na frente, ou se deve começar a correr atrás da tartaruga como Aquiles: cada vez mais perto, mas nunca lá. Ainda está adiantando a procrastinação... ou já passou a atrasar a correria da reta final?