17 janeiro, 2007

Sem medo nem chances

1. Numa noite de manhã, o terror invade meu silêncio.
2. Minha imaginação viciada, numa bad trip de falsas esperanças, encara sucrilhos açucarados em doses cancerígenas – e o colesterol? a obesidade, com seus ataques cardíacos espreitando a cada esquina, a cada escada? e o aquecimento global?
3. Tudo choca meus olhos como maligno – os duendes com sorrisos diabólicos saem de seu pântano, no final do arco-íris, e vem cortar minha garganta de manhã com a colher de plástico para ficarem com o brinde da caixa de cereais.
4. Coisas terríveis, verdadeiros horrores; encaro o teto escuro.
5. Insetos voam e infestam minha insônia – Chagas? malária? leishmaniose? ebola?
6. Para tentar pegar no sono, conto as balas perdidas que poderiam chegar à minha cama depois de estilhaçar a janela que dá para a paisagem favelada.
7. E todo esse terror, todo esse medo... é como voltar para casa, confortavelmente paralisado.
8. Em calma, sem nenhum ruído, um pesadelo me embala e acolhe.

2 comentários:

Anônimo disse...

..."Eu tenho medo do medo que as pessoas têm"...
Essa frase de uma música do Engenheiros descreve um pouco meu comentário...pois, oras, se não fosse o medo que eu tenho de saber que o seu medo é semelhante ao meu...eu não escreveria (ou escreveria?)...
Quantos medos em uma só noite!!Quanta vida em uma respiração!... Achei seu blog por acaso, mas não está sendo por acaso que eu estou acompanhando suas escritas; Gostei da maneira que escreve.

Anônimo disse...

Cadê suas postagens?