08 maio, 2009

Escolhas erradas

Antes de deixar a cama, ele percebeu que foram as escolhas erradas.
Foram as escolhas erradas que o faziam encarar o teto cada vez mais claro, já tocado pelos primeiros raios da manhã depois de mais uma madrugada perdida.
Não precisava chegar cedo ao teatro – ela nem queria ver a peça. O final da tragédia (que ele não viu) não faria sentido para nenhum dos dois.
Definitivamente devia ter usado cinto, e não devia ter deixado ela tirar o dela, para fazer aquilo que ele tanto queria. Não devia ter ultrapassado os 120 por hora. A quinta latinha tinha sido tão errada quanto a primeira.
Ele foi etiquetado e trocou a cama ainda quente e vermelha por uma chapa de metal alguns andares abaixo.

3 comentários:

neferthais disse...

teeeeeeenso. genial.

Oito disse...

Depois que eu escrevi, percebi que era a história errada, querida. O jeito certo de entender as coisas ficou para essa de cima.

Anônimo disse...

Muito emocionante